Senhora dos Afogados

A peça trata do mito grego de Electra, mesclado a conceitos freudianos e incestos. Além de uma releitura da tragédia grega de Ésquilo, o texto é também paráfrase da obra Electra Enlutada, de Eugene O’Neill. A transposição da ação para fins do século XIX reforça ainda mais o atrito entre impulso vital e convenção social proposto por Nelson, que incluía o texto no rol de suas peças desagradáveis: “pestilentas, fétidas, capazes, por si sós, de produzir o tifo e a malária na platéia”.

Misael • Tony Giusti
Dona Eduarda • Einat Falbel
Moema • Barbara Bonnie
Paulo • Thiago Carreira
Noivo • Paulo Cruz
Avó • Lourdes Giglioti
Vendedor de Pentes • Rodrigo Caetano
Sabiá • Alexandre Meirelles


Coro de vizinhos:

Luciana Ramanzini | Thiago Ledier | Fabio Redkowicz | Caio Salay


Coro de mulheres:

Gabi Germano | Bibi Piragibe | Natasha Sonna | Cy Teixeira | Lara Hassum

Direção: Zé Henrique de Paula
Assistente de Direção: Fabrício Pietro
Direção Musical e preparação vocal: Fernanda Maia
Músicos: Fernanda Maia (piano) e Eduardo Sato (violoncelo)
Preparação de Atores: Inês Aranha
Cenografia e Figurinos: Zé Henrique de Paula
Iluminação: Fran Barros
Fotos: João Caldas, Roberto Mourão e Kit Gaion
Assessoria de Imprensa: Arteplural – Fernanda Teixeira
Coordenação de produção: Claudia Miranda
Produção: Firma de Teatro

Indicado do Prêmio Contigo de Melhor Musical Nacional em 2008.

RELEASE COMPLETO

O texto, escrito por Nelson Rodrigues em 1947, foi proibido no ano seguinte e estreou somente em 1954. Quase toda a ação se passa em torno do velório da menina Clarinha, filha de Misael e Dona Eduarda Drummond. Mas é um outro cortejo fúnebre que abre o espetáculo – um coro de nove mulheres do cais rezam para manter viva a memória de uma prostituta morta há 19 anos, exatamente no dia do casamento de Eduarda e Misael. A relação entre esses velórios será revelada ao longo da peça, que nessa montagem está ambientada no século XIX.

Adaptação do romance rodrigueano para um musical, Senhora dos Afogados reúne um repertório de canções brasileiras que vão de Chico Buarque a Djavan. O canto torna-se elemento integrante da tragédia. A inserção de onze canções brasileiras no tecido dramatúrgico da peça tem a função de revelar o que se passa no íntimo dos personagens. As músicas atuam como porta-vozes dos desejos e fluxos de pensamento e ganham novos significados quando costuradas à ação dramática. A história é contada sob o prisma das paixões humanas. Mitos gregos e o Expressionismo do pintor norueguês Edvard Munch mesclam-se na pesquisa estética realizada pelo grupo para esta encenação.


Histórico:

Estreou em 21 de agosto de 2007, no Teatro do Centro da Terra, São Paulo.


Outras temporadas:

Teatro Imprensa, Centro Cultural São Paulo, Teatro Arthur Azevedo e Teatro Sergio Cardoso (São Paulo).


Festivais:

Festivale (SP), Festival Iberoamericano (SP), FIT de São José do Rio Preto (SP), Festival Isnard de Azevedo (SC) e Porto Alegre em Cena (RS).


Resumo crítico

“Seca, sem tons melodramáticos, com marcações precisas e não cotidianas, a encenação lança seu foco no patamar trágico, o mais relevante nas ditas peças míticas de Nelson Rodrigues.”
Beth Néspoli, O Estado de São Paulo

“É tudo muito bem achado. Não percam. Essa dupla que trabalha em conjunto há cerca de quinze anos, já emplacou diversos trabalhos, entre os quais R&J, de Joe Calarco, cuja música foi composta por Fernanda.”
Maria Lúcia Candeias, Aplauso Brasil


“Também responsável pelo surpreendente Mojo, o diretor Zé Henrique de Paula reafirma seu talento ao transformar a tragédia escrita em 1947 em um musical. A história está intacta e traz a densidade característica do universo do dramaturgo.”
Dirceu Alves Jr., Revista Veja São Paulo


“Preste atenção em como as músicas atuam como porta-vozes dos desejos e pensamentos dos personagens.”

Gabriela Melão, Revista Bravo.

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