Em parceria com o Teatro do Bardo, a montagem de Judas em Sábado de Aleluia é uma homenagem às primeiras comédias feitas no Brasil com linguagem genuinamente brasileira e tratando de assuntos relativos à nossa realidade. Em uma mistura bem brasileira, unimos as obras de dois pioneiros da nossa cultura, que influenciaram de maneira decisiva o cenário das artes no nosso país – Martins Penna e Chiquinha Gonzaga, ambos cronistas e críticos do Brasil no início do século.
Guarda Faustino – Thiago Carreira
Maricota – Priscilla Oliva
Chiquinha – Luciana Ramanzini / Vivian Bertocco
Cabo José Pimenta – Rodrigo Caetano
Capitão Ambrósio – Mateus Monteiro
Antônio Domingos – Aretê Bellar
Músicos: Rafa Miranda / Fernanda Maia (Piano) Beto Sodré / Maria Carolina (Percussão) Flávio Rubens / Marco Rochael (Clarineta)
Direção musical e preparação vocal: Fernanda Maia
Vencedor do Prêmio Femsa 2013 na categoria Melhor Ator (Thiago Ledier).
Indicado ao Prêmio Femsa 2013 na categoria Melhor Espetáculo Jovem.
De Martins Penna
Ao texto de uma das mais divertidas comédias do mais ilustre comediógrafo brasileiro, somamos 10 canções da grande maestrina, como Menina Faceira, Não Venhas, Lua Branca e Forrobodó. As músicas, em sua maioria chorinhos, fazem parte da peça e são interpretadas ao vivo pelo elenco, com acompanhamento de piano, pandeiro e clarinete, em arranjos especialmente escritos para a peça.
Com linguagem cênica leve, Judas em Sábado de Aleluia conta a história do guarda Faustino, que, precisando esconder-se de seu rival na conquista amorosa , disfarça-se com as roupas do boneco de Judas que foi confeccionado para a malhação do Sábado de Aleluia e toma seu lugar. Parado no canto da sala de sua pretendente, acaba por presenciar uma sequência de atitudes reveladoras do caráter das pessoas de seu convívio, como as traições da moça; as falcatruas do pai desta; os abusos de seu rival Ambrósio, capitão da Guarda Nacional…
Através de cuidadosa reconstituição de época, o espetáculo resgata tradições populares brasileiras que ainda sobrevivem em algumas localidades do país. O figurino baseia-se na alegria e nas cores das apresentações circences. O artesanato brasileiro e os trabalhos manuais femininos, como rendas, fuxicos e trabalhos com retalhos de tecidos, tão característicos desta época, também são lembrados na concepção visual da montagem.
Martins Penna, considerado o Molière brasileiro, utiliza esta bem-humorada comédia de costumes como veículo para críticas e sátiras mordazes à sociedade brasileira: o funcionário público relapso, o aproveitador, a namoradeira, o militar que abusa de seu poder em proveito próprio – todos estes personagens são retratados com ironia, permitindo abordar questões como a corrupção, a cidadania e a formação de hábitos brasileiros – como o famoso “jeitinho” de quem quer levar vantagem em tudo -, utilizando o riso como agente facilitador da comunicação entre público e encenação.