As Troianas – Vozes da Guerra

Ao término da Guerra – travada entre Troia e Esparta devido ao amor de seus governantes pela mesma mulher -, Troia, a cidade perdedora, foi aniquilada e todos os homens, mortos. As mulheres sobreviventes foram aprisionadas e escravizadas pelo inimigo. A partir do relato dessas personagens, Eurípides conseguiu mostrar uma visão feminina sobre a guerra: Hécuba, rainha de Troia, é a protetora de todas, a mais velha. A profetisa Cassandra, sua filha, tem delírios sobre os rumos da batalha. Andrômaca esconde seu filho, Astíanax, para que ele não seja morto pelos soldados. Helena, causadora do conflito, disfarça-se de troiana para não ser descoberta por Menelau, seu marido, rei de Esparta. Apesar de terem histórias diferentes, elas estão juntas pelo mesmo motivo: a sobrevivência.

Hécuba • Inês Aranha
Helena • Norma Gabriel
Cassandra • Kelly Klein/Patricia Pichamone
Andrômaca • Ci Teixeira
Astiânax • João Pedro de Almeida Teixeira
Menelau • Alexandre Meirelles
Taltíbio • Fabio Redkowicz
Soldado • Leo Bertero
Kapo • André Dallan


Coro:

Bárbara Bonnie | Bibi Piragibe | Claudia Miranda | Diana Troper | Gabriela Germano  | Karin Ogazon | Luciana Ramanzini | Marcella Piccin | Patrícia Vieira

Direção: Zé Henrique de Paula
Direção Musical e preparação vocal: Fernanda Maia
Assistente de direção: Caroline Fioratti
Iluminação: Fran Barros
Cenografia e Figurinos: Zé Henrique de Paula
Ass. Figurinos: Karin Ogazon e Ci Teixeira
Preparação Corporal: Beto Amorin
Tradução e Preparação de Idioma: José Maria Freixa Pascual
Visagismo: Fabio Petri
Fotos: Lenise Pinheiro
Assessoria de imprensa: Arteplural – Fernanda Teixeira
Produção executiva: Claudia Miranda
Produção: Firma de Teatro

Filme – “Prólogo”

Elenco: Patricia Pichamone (Atena) e Sergio Mastropasqua (Poseidon)
Roteiro e Direção: Caroline Fioratti
Direção de Fotografia: Nildo Ferreira
Direção de Som: Victor Luiz dos Santos
Direção de Arte: Ci Teixeira
Produção de Figurino: Karin Ogazon
Caracterização e Maquiagem: Zé Henrique de Paula e Fabio Petri
Trilha Sonora: Fernanda Maia
Direção de Produção: Claudia Miranda
Montagem e Assistência de Câmera: Leo Bertero
Tradução e Preparação de Idioma: José Maria Freixa Pascual
Realização: Querô Filmes e Gabarito Co. Produções

Indicado ao Prêmio Shell 2009, nas categorias Melhor Direção (Zé Henrique de Paula) e Melhor Música (Fernanda Maia).

Indicado ao Prêmio Cooperativa Paulista de Teatro 2009, na categoria Melhor Projeto Sonoro (Fernanda Maia).

Indicado ao Prêmio Quem 2009, na categoria Melhor Direção (Zé Henrique de Paula).

RELEASE COMPLETO

Inspirado em Eurípides

Livre adaptação do texto de Eurípides, com ação transposta para a Segunda Guerra Mundial, o espetáculo resgata a história das sobreviventes do conflito de Troia para levantar alguns questionamentos inerentes a qualquer guerra: o que se passa dentro de um campo de concentração? Como é ter a privação quase que completa de seus direitos? Como são tratadas essas pessoas? Existe esperança numa situação como essa? Uma vez que foram alijadas dos direitos mais elementares pelos seus opressores, as mulheres se expressam através de canções, afirmando sua identidade como povo, resistindo na manutenção de suas tradições, lembrando os bons momentos que passaram junto à família separada ou dizimada, rendendo homenagem a seus entes queridos e reafirmando a saudade de sua terra natal. As músicas que compõem a peça são Danny Boy (canção irlandesa); O Haralambis (grega); Maslenitsa (russa); A Sto Cemo (servo-croata); Beau Soir (francesa); Oyfn Pripetchik (canção judaica em iídiche); Furu Sato (japonesa); Durme, Durme (canção de ninar judaica em ladino) e Wenn Ich Ein Vöglein Wär (alemã).

Histórico

Estreou em 12 de junho de 2009, no SESC Avenida Paulista, São Paulo.

Outras temporadas: Instituto Cultural Capobianco, Teatro Sergio Cardoso e FUNARTE – Sala Carlos Miranda (São Paulo).

Festivais: Festival Iberoamericano (SP), Festival Isnard de Azevedo (SC) e Porto Alegre em Cena (RS).


“GUERREIRAS ATEMPORAIS. Depois de transformar Senhora dos Afogados (Nelson Rodrigues) em musical e imprimir personalidade a Cândida (Bernard Shaw), o diretor Zé Henrique de Paula reafirma seu nome como um dos principais da cena atual. As Troianas – Vozes da Guerra, adaptação da tragédia de Eurípides, é o acerto da vez. Sua montagem traça um paralelo entre a Guerra de Tróia e a II Guerra: as sobreviventes troianas simbolizam as judias arrasadas pelo holocausto. A ousadia do diretor ao abrir mão dos diálogos em português – as mulheres não falam e os homens apenas trocam frases em alemão – pode desapontar quem desconhece o original. Mas as belas imagens e a coesão dos quinze atores, compensam as dificuldades de compreensão.”
Dirceu Alves Jr. – Revista Veja São Paulo.


“As tragédias gregas são um eterno manancial para o teatro. As Troianas – Vozes da Guerra, do Núcleo Experimental, é a prova de que sempre é possível iluminar, de um ângulo insuspeito, obras como essa de Eurípides. Na encenação, não se ouvem as vozes ácidas das mulheres de Tróia, feitas prisioneiras pelos recém-vitoriosos gregos, que arrasaram sua cidade e mataram seus maridos e filhos. O que se pressente são as almas doloridas e os sentimentos recolhidos de indignação com as barbaridades dos algozes. Quando a ação começa, propriamente, percebe-se que a situação original foi transposta para um campo de concentração nazista. As troianas tornaram-se judias, e os gregos, soldados e oficiais alemães.” Luiz Fernando Ramos – Jornal Folha de São Paulo (Ilustrada).


“O texto que chega aos ouvidos do público nas vozes masculinas é o original de Eurípides, mas visualmente a ação se passa num campo de concentração, num paralelo entre o extermínio dos troianos e dos judeus na II Guerra. E a música, mais uma vez, se faz presente como importante elemento narrativo: a irlandesa Danny Boy, a grega O Haralambis, a servo-croata A Sto Cemo e a japonesa Furu Sato, são algumas das canções interpretadas pelas troianas/judias. O espectador que não domina o idioma alemão é conduzido a construir sua compreensão dos acontecimentos cênicos unicamente a partir da sonoridade das falas masculinas e das ações, gestos e canções das mulheres: um conjunto de imagens de dor, sofrimento e humilhação.” Beth Néspoli – Jornal O Estado de São Paulo (Caderno 2).


Projeto apoiado pelo Governo do Estado de São Paulo – Secretaria de Estado da Cultura – Programa de Ação Cultural (ProAc), e patrocinado por São Manoel e Lupo.